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  • Writer's pictureDr. Luiz Fink

Testosterona é coisa de mulher?

Updated: Jun 25, 2023



Os níveis de testosterona de uma mulher mudam naturalmente ao longo de sua vida, seu ciclo menstrual e até mesmo em diferentes momentos do dia. Uma mulher com baixa testosterona certamente poderá sofrer algum grau de dificuldade para produzir novas células sanguíneas, manter o desejo sexual ou mesmo aumentar os níveis de outros hormônios reprodutivos.


A testosterona pertence a um grupo de hormônios conhecidos como andrógenos. Os níveis de testosterona afetam: fertilidade, desejo sexual, produção de glóbulos vermelhos, manutenção da massa muscular, óssea e distribuição de gordura.


A maioria das pessoas pensa em testosterona como um hormônio sexual masculino, mas a verdade é que ela também é um hormônio fundamental no sexo feminino. Enquanto os homens têm mais testosterona do que as mulheres, as glândulas supra renais femininas e os ovários produzem pequenas quantidades desse hormônio.


É um erro comum se pensar que o estrógeno é o principal hormônio sexual feminino, seus valores normais oscilam entre 20 a 450 pg/ml dependendo da fase do ciclo menstrual, enquanto os valores normais da testosterona feminino ficam entre 12 a 60 n/dl. A diferença nos valores parece gritante, mas aí que está uma falta de entendimento na dosagem destes hormônios, por questões de padronização dos exames, enquanto o estrógeno é medido em picogramas por mililitro, a testosterona é medida por nanogramas por decilitro.


Uma picograma por mililitro é igual a 0,1 nanograma por decilitro, convertendo-se para o mesmo padrão, enquanto os níveis de estrógeno feminino oscilam entre 20 a 450 pg/ml, os níveis de testosterona feminino oscilariam entre 120 e 600 pg/ml. Isso só demonstra que a testosterona é um hormônio tão importante nas mulheres como todos os outros, tendo suas funções específicas bem definidas e necessárias para o funcionamento normal de qualquer organismo.



Neste momento, não há diretrizes conclusivas para o que deve ser considerado "baixos" níveis de testosterona em mulheres. Uma mulher com baixa testosterona pode se sentir cansada e letárgica. Baixa testosterona pode causar um ou mais dos seguintes sintomas em mulheres:

  • Lentidão

  • Fraqueza muscular

  • Fadiga

  • Distúrbios do sono

  • Desejo sexual reduzido

  • Diminuição da satisfação sexual

  • Ganho de peso

  • Questões de fertilidade

  • Ciclos menstruais irregulares

  • Secura vaginal

  • Perda de massa óssea


É importante notar que a pesquisa nesta área ainda é limitada. Como os sintomas ligados à baixa testosterona são tão comuns em outras patologias, um médico procurará sinais de outros problemas ou condições antes de fazer um diagnóstico de déficit de testosterona. É comum associarem esses sintomas em uma pessoa do sexo feminino à depressão, ansiedade, estresse crônico, doença tireoidiana, transição para menopausa etc.

Os níveis de testosterona reduzem naturalmente com a idade e a menopausa. As duas principais causas de baixa testosterona são: diminuição dos níveis do hormônio como resultado normal da menopausa e problemas de envelhecimento com os ovários, hipófise ou suprarrenais.


Os níveis de outros hormônios, como o estrogênio, também diminuem ao longo do tempo, especialmente quando uma mulher atinge a menopausa. Na época em que a menopausa começa, uma mulher pode ser mais propensa a ter menos testosterona porque os ovários estão produzindo menos hormônios. Além disso, medicamentos que combatem os efeitos colaterais da menopausa podem reduzir ainda mais os níveis de testosterona, um desses medicamentos é o estrogênio oral.


Problemas com os ovários e glândulas suprarrenais também podem causar níveis mais baixos de testosterona. Uma mulher pode ter níveis reduzidos se seus ovários foram removidos, por exemplo, ou se ela tem insuficiência adrenal, o que significa que as glândulas suprarrenais não estão produzindo a quantidade suficiente de seus hormônios.


Atualmente, há uma falta de pesquisa sobre o tratamento de baixa testosterona em mulheres. A maioria dos estudos acerca da testosterona feminina são sobre a elevação de seus níveis, como por exemplo em uma doença conhecida por síndrome dos ovários policísticos (SOP).



Para diagnosticar a baixa testosterona em mulheres, o primeiro passo após a verificação das queixas da paciente, é um exame físico detalhado, além da identificação dos sintomas que as vezes passam desapercebidos, ou mesmo são associados a outras patologias. Se houver a suspeita de baixa testosterona, o passo seguinte é a solicitação de exames sanguíneos para a avaliação de todo o perfil hormonal desta paciente, já que a interação e corregulação entre todos os hormônios é um fator preponderante nesta situação.


Se a mulher ainda não atingiu a menopausa, será indicado o melhor momento para se fazer os exames. Isso ocorre porque eles flutuam ao longo do ciclo menstrual.

Quando identificada a existência de um déficit associado a sintomas que interferem na rotina de uma paciente, algumas formas naturais de aumentar a produção de testosterona podem ser utilizadas, como abordamos neste outro artigo.


Em déficits mais intensos, ou quando os métodos naturais não surtiram efeito, a terapia de reposição de testosterona é a melhor opção, ela pode ser realizada de forma segura, impedindo ou minimizando os possíveis efeitos colaterais a partir de um controle regular dos níveis hormonais e do aumento do DHT (Di Hidro Testosterona) um produto da conversão da testosterona base pela enzima 5 alfa redutase, que é o hormônio responsável pelos efeitos colaterais.


Nunca faça terapia de reposição de testosterona sem a recomendação de um médico. Suplementos e terapias de reposição podem causar mais efeitos colaterais desagradáveis do que aliviam. Isso ocorre porque os efeitos colaterais podem incluir: perda de cabelo, acne, excesso de pelos faciais, uma voz mais profunda ou o crescimento clitoriano.


E sobre o uso estético de testosterona ou outros esteróides em mulheres? Bem, isso fica para um próximo artigo...




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